O mercado de TI está acostumado a frameworks – a abstração que une códigos comuns entre vários projetos de um software para prover determinada funcionalidade – e a modelos baseados em livros e em disciplinas consolidadas. Mas, de uns tempos para cá, observo emergir o pensamento de que as boas práticas não necessariamente precisam compor uma metodologia formalizada.
Esse é o caminho do DevOps, que integra as áreas de desenvolvimento e operações da TI, e vem ganhando força não por um discurso de sucesso, mas por exemplos concretos de empresas e, especialmente, pelos bons resultados obtidos com os clientes. Esse modelo de atuação tem foco em questões menos técnicas e mais comportamentais, envolvendo iniciativas para que haja sinergia entre equipes. Como retorno, o modelo oferece muito mais agilidade nos processos de desenvolvimento e de implementação de software, automação de etapas, simplificação de fluxos de trabalho e menor tempo de resposta ao cliente.
Em um mercado cada vez mais exigente, intolerante a falhas e que precisa lidar com mudanças constantes, o DevOps ‘cai como uma luva’. A sua capacidade em reduzir distâncias, eliminar empecilhos e fazer com que todos falem a mesma língua é algo importante. Com esse diferencial, o objetivo do negócio e a TI passam a conversar mais francamente. Equipes de TI começam a funcionar como peças de um mesmo quebra-cabeça; as entregas ocorrem em menor tempo, com mais qualidade e menor custo; o cliente atribui mais valor, mesmo se houver escopo reduzido.
E aí entra uma questão altamente relevante nos dias atuais: a satisfação do cliente. Oferecer a ele, que é a razão de ser de qualquer negócio, uma experiência superior ao que ele está acostumado é um fator importante para a competitividade. Para que a migração do modelo atual para o DevOps ocorra sem traumas, a gestão da TI precisará lançar mão da boa e velha tríade das teorias da administração que compreende processos, pessoas e ferramentas.
No caso de processos, o importante é revisar e flexibilizar os fluxos atuais. Identificar tudo o que necessita de melhoria e que poderia ser automatizado para facilitar o dia a dia das equipes. Quanto às pessoas, o foco é capacitação. Só investindo em treinamento e campanhas para estimular o compartilhamento entre as áreas é possível avançar com as implementações das novas práticas. No quesito ferramentas, é fundamental escolher as mais adequadas às necessidades do negócio e, em alguns casos, procurar empresas especializadas para dar todo o suporte na hora de colocá-las em prática.
O toque final vem da base, ou seja, a cultura organizacional, quando todos os colaboradores da empresa vivenciam a nova mentalidade. Só assim o DevOps entra em uma empresa para ficar e poderá contribuir, efetivamente, para uma nova era na TI de uma organização. Por isso, gestores que ainda não dominam o assunto, não hesitem em iniciar a jornada de transformação. Vocês não precisam estar sozinhos nessa.
* Rodrigo Santos é DevOps Engineer da Mandic Cloud Solutions.
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