Os containers estão mudando a forma como as organizações desenvolvem aplicativos, mas isso tem afetado mais do que apenas o lado operacional da TI. Alguns especialistas afirmam que a tecnologia é tão revolucionária que ameaça suplantar o sistema operacional com uma “pincelada” na pilha de dados.
Isso acabaria com literalmente décadas de design arquitetural de TI, alterando a configuração de tudo, desde o smartphone e o PC até data center mais avançado, passando pela infraestrutura IoT – e talvez produza novos tech leaders do lado do fornecedor também.
De acordo com Mark Russinovich, ninguém menos que o CTO do Microsoft Azure, o fato de que os containers permitirem executar aplicativos independentemente do sistema operacional significa que, eventualmente, a plataforma de orquestração de container assumirá grande parte do gerenciamento de recursos e controle operacional atualmente administrado pelo sistema operacional. À Geek Wire, ele declarou que “isso não eliminará completamente o sistema operacional, mas começará a alterar a maneira como os ambientes de dados são vistos em um nível estrutural, levando a novas arquiteturas e até ao aumento de novos modelos de consumo de recursos, como a computação sem servidor”.
“Isso explica duas coisas sobre o crescimento em popularidade do sistema de orquestração de containers Kubernetes do Google”, sugere Matt Assay, da TechRepublic.
“Em primeiro lugar, fornece o raciocínio por trás da ampla aceitação como meio de organizar e implementar arquiteturas de container, incluindo o pioneiro Docker e a gigante da virtualização VMware. E, em segundo lugar, esclarece a maneira como os principais desenvolvedores estão se esforçando para alavancar o Kubernetes para se tornar o ‘Red Hat Enterprise Linux do sistema operacional do centro de dados’”.
A própria Red Hat é uma concorrente líder nessa luta, e usa o OpenShift como sua própria distribuição Kubernetes, embora o Google, a Microsoft e outros players estejam se esforçando para construir ecossistemas de containers distribuídos através de suas próprias implementações.
E, embora esteja atrasada para a “festa do Kubernetes”, a VMware ainda espera marcar sua presença no ambiente de containers, com suporte ao desenvolvimento contínuo da virtualização tradicional. A empresa lançou recentemente o Project Photon OS 2.0, que originalmente surgiu do [agora extinto] ambiente Project-Photon, nativo da nuvem, mas que agora é visto como uma solução autônoma para o gerenciamento de containers.
O sistema é executado em ambientes VMware e nuvens públicas, oferecendo ferramentas como uma interface baseada em API para coordenar comandos dos usuários, conjuntos de aplicativos e redes dentro de um ambiente conteinerizado, bem como uma nova série de binários para o rápido desenvolvimento e distribuição de clusters Kubernetes.
O gerenciamento de container também pode desempenhar um papel significativo no futuro do sistema operacional em vários dispositivos de usuário. Gabriel Brangers, do Chrome Unboxed, observa que os containers abrem a possibilidade de executar aplicativos não nativos por cima do sistema operacional Chrome, o que lhe oferece uma vantagem significativa no drive do Google para suplantar o Windows no mercado de PCs.
Enquanto ele argumenta que isso ainda pode ser um pouco tecnológico para a maioria dos usuários casuais, a empresa pode vislumbrar uma vantagem significativa para a construção de aplicativos, especialmente os que enfrentam a nuvem, usando o Chrome.
A versão 63 do Chrome OS deve ser lançada em 12 de dezembro – sim, hoje mesmo! – o que significa que devemos começar a ver usuários que executam aplicativos em containers até o final do ano.
É difícil dizer qual será o impacto de um novo paradigma operacional nas organizações, especialmente se isso significar uma reação das guerras dos sistemas operacionais lá atrás, no início dos anos 1980.
A indústria de tecnologia tem uma maneira de filtrar ideias fracas e permitir que os mais fortes floresçam, mesmo que essas forças às vezes tenham mais a ver com a economia do que com o desempenho, mas com a pilha de TI cada vez mais fragmentada devido à natureza altamente personalizável das arquiteturas definidas por software, não é de todo claro que a empresa se contentará em se estabelecer com apenas 01 (um) meio de orquestração de containers.
Fonte: ITBusinessEdge
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