O interesse pela tecnologia Blockchain chegou ao mainstream. De acordo com o Gartner, “Em fevereiro de 2017, o ‘blockchain’ foi o segundo termo mais pesquisado no Gartner.com, um aumento de 400% nos últimos 12 meses. Entre 2015 e 2016, o número de consultas de clientes Gartner cresceram mais de 600%.”
Para aqueles que ainda não ouviram falar no hype, “blockchain” é um tipo de banco de dados distribuído projetado para registrar transações da moeda criptografada Bitcoin, de modo que seja impossível de alterar ou apagar uma vez que foram gravados (embora seja possível que versões futuras do blockchain possam ser editáveis em circunstâncias extraordinárias). Em outras palavras, existe por ser extremamente seguro e altamente resiliente.
Essas capacidades possuem algumas aplicações óbvias relacionadas a bancos e finanças, mas muitas outras indústrias também estão investigando o blockchain. A tecnologia poderia algum dia ser usada, por exemplo, para contratos inteligentes que permitiriam às empresas pagar umas às outras sem um processador de pagamento intermediário, rastrear direitos digitais para filmes e música, registrar dados de saúde do paciente ou monitorar cadeias de suprimentos e remessas de mercadorias. Na verdade, há tantos usos potenciais para a tecnologia Blockchain que o Fórum Econômico Mundial (WEF) a considera a segunda geração da Internet e “a plataforma fundamental da Quarta Revolução Industrial”, tamanha sua importância para as grandes potências mundiais.
No entanto, mesmo os defensores mais ferrenhos do Blockchain admitem que provavelmente levará muito tempo até que a tecnologia se torne penetrante na sociedade como um todo. A respeito disso, o site Datamation arriscou 9 previsões sobre como o mercado de Blockchain provavelmente evoluirá nos próximos anos:
As raízes do Blockchain na criptografia tornam inevitável que bancos, agências de seguros e outras empresas financeiras estejam entre as primeiras a usar a tecnologia blockchain. A Pesquisa Global IQ da PwC em 2017 descobriu que apenas 9% das empresas de serviços financeiros pesquisadas já estavam fazendo investimentos substanciais em blockchain, enquanto 36% esperavam fazê-lo nos próximos 3 anos.
O Blockchain poderia reduzir drasticamente a quantidade de tempo necessário para liquidar as transações, pulando de dias para meros segundos e, ao mesmo tempo, poderia adicionar um nível de segurança sem precedentes. Além disso, algumas pesquisas indicam que poderia também reduzir custos na casa dos bilhões de dólares. Muitos dentro do setor bancário acreditam que o blockchain possibilitará modelos de negócios inteiramente novos, e nessa corrida o setor está entre os primeiros a implementar com sucesso a nova tecnologia. Como resultado, a Accenture prevê que o Blockchain será considerado mainstream em todo o setor financeiro até 2025.
As empresas financeiras podem ser as primeiras a experimentar o blockchain, mas estão longe de serem as últimas. Uma pesquisa da PwC descobriu que 11% das empresas de hotéis e lazer e 6% das empresas automotivas já investiram na tecnologia. Além disso, 12% das empresas de saúde, 7% das empresas de energia e mineração, 6% dos varejistas e 7% das empresas de tecnologia, mídia e telecomunicações planejam investir nos próximos três anos.
Especialistas dizem que a capacidade do Blockchain para gerenciar contratos inteligentes pode torná-lo adequado para a gestão de direitos autorais digitais e também pode ser particularmente benéfico para os serviços de streaming. Além disso, muitos tipos de empresas estão considerando como o blockchain pode ser útil para a Internet das Coisas (IoT), talvez permitindo pagamentos seguros diretamente de dispositivos de consumo ou mesmo permitindo que máquinas dentro das fábricas encomendem e paguem suas próprias peças sobressalentes quando for necessário.
A maioria dos governos nacionais ainda não estabeleceram regras que regulam a moeda criptografada ou outras aplicações de blockchain – e isso é uma bênção e uma maldição para os defensores do blockchain. Por um lado, as startups são livres para inovar da forma como bem entenderem, mas, por outro lado, as empresas mais estabelecidas hesitam em adotar a tecnologia até que saibam exatamente como ela será governada e sobretudo quanto de risco estará envolvido.
Algumas agências governamentais e organizações internacionais já iniciaram o trabalho preliminar para regular a tecnologia. No início deste ano, por exemplo, o Japão começou a reconhecer o bitcoin como moeda legal e o Fórum Econômico Mundial publicou um longo estudo sobre o provável impacto de vários métodos de governança de blockchain. Nos Estados Unidos, algumas agências, incluindo o IRS e a Comissão Eleitoral Federal, possuem políticas de moeda virtual, mas a nação não possui uma política global. Parece extremamente provável que os esforços internacionais, bem como dos EUA, para regular a cadeia de blockchain continuem, talvez com mais legislação sendo aprovada este ano.
Capitalistas de risco estão em polvorosa para financiar startups relacionados à nova tecnologia. Segundo a Coindesk, os investidores já injetaram cerca de US$ 1,8 bilhão neste mercado. Apenas em 2016, as startups blockchain garantiram mais de US$ 501 milhões em financiamento, e o total para 2017 já supera os US$ 303 milhões.
Claro, as startups não são as únicas no blockchain. Muitas empresas de tecnologia bem estabelecidas já anunciaram projetos na área. A IBM, por exemplo, recentemente lançou um novo mainframe projetado para lidar com blockchain e transações criptografadas, e a Microsoft Azure oferece um serviço de blockchain baseado em nuvem. Muitas outras se juntaram a organizações da indústria focadas em melhorar e padronizar a tecnologia.
Um dos projetos mais interessantes no espectro blockchain é o Ethereum. Um pouco confuso, Ethereum é o nome de uma criptografia que compete com o bitcoin e com uma plataforma de desenvolvimento de código aberto para criar aplicativos baseados em blockchain, como contatos inteligentes e carteiras inteligentes. No relatório CoinDesk’s State of Blockchain Q1 2017, 94% dos entusiastas da tecnologia afirmaram que estão otimistas sobre o estado atual do Ethereum, cerca de duas vezes mais do que o que foi relatado a respeito do Bitcoin. O relatório também apontou que o limite de mercado para a criptografia Ethereum aumentou 499% entre o quarto trimestre de 2016 e o primeiro trimestre de 2017, atingindo a impressionante cifra de US$ 3,6 bilhões.
Enquanto o bitcoin só pode ser usado como moeda criptografada, a Ethereum tem muitos outros usos. Além disso, o fato de ser em código aberto é atraente para muitas organizações. E empresas líderes como Accenture, BP, Credit Suisse, ING, J.P. Morgan, Intel, Microsoft, UBS e muitas outras se juntaram à Enterprise Ethereum Alliance.
Um foco importante para a Enterprise Ethereum Alliance, o Hyperledger, a Wall Street Blockchain Alliance (WSBA) e organizações similares é o desenvolvimento de padrões que permitirão a interoperabilidade do blockchain. Se as empresas puderem se unir em torno de um padrão específico, isso poderá contribuir para acelerar a aceitação de pagamentos baseados em bitcoins e outras soluções.
O relatório do CoinDesk’s State of Blockchain afirma que “à medida que mais e mais blockchains, criptografia, tokens e sistemas de pagamentos distribuídos são lançados e prosperam, está se tornando [cada vez mais] óbvio que criamos uma nova rede de tecnologias descentralizadas, formando a espinha dorsal de toda uma nova Economia, rede de informação e fonte de credibilidade. Vimos impulso e tendências para a ‘interoperabilidade’ no intuito de aproveitar ao máximo as diversas inovações em todo o ecossistema“.
Muitas das empresas de tecnologia que atualmente trabalham em projetos de blockchain estão buscando formas de tornar as transações de blockchain ainda mais rápidas e escaláveis. Dois dos esforços mais notáveis neste espaço incluem a Raiden, que permite transferências de ativos em altíssima velocidade, e a Lightning, que se concentra em transações instantâneas escaláveis. Muitos outros projetos também estão focados na melhoria da tecnologia.
O desemprego de TI é perenemente baixo, e a demanda por desenvolvedores e outros trabalhadores com experiência em blockchain provavelmente aumentará muito rápido à medida que a tecnologia decolar. No entanto, poucas universidades ofertam cursos sobre a tecnologia em seus departamentos de informática. As exceções incluem instituições de prestígio conhecidas pela pesquisa em Ciência da Computação, como a Universidade de Stanford, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e a Universidade da Califórnia, em Berkeley. Além disso, alguns sites de educação online oferecem treinamento em criptografia ou blockchain. No entanto, essas oportunidades ficam muito reduzidas quando se trata de atender a demanda por profissionais treinados. Alguns dizem que engenheiros blockchain experientes já estão recebendo salários em torno de US$ 250.000 por ano.
Uma outra previsão para o futuro do blockchain é o impacto que este poderia ter nos mercados emergentes. Em um artigo para a Harvard Business Review, Vinay Gupta e Rob Knight teorizam que o blockchain e a moeda criptografada poderiam ajudar o mundo em desenvolvimento a ultrapassar as economias mais desenvolvidas. Um fenômeno semelhante ocorreu em muitas partes da África quando a tecnologia celular tornou-se comum em áreas sem serviço telefônico fixo. Os pensadores levantam a hipótese de que o blockchain poderia ajudar o setor bancário a avançar em áreas desassistidas pelos serviços financeiros tradicionais.
Se essas teorias irão se concretizar ou não, parece provável que o blockchain tenha um grande impacto na economia global. Por enquanto, seu futuro parece excepcionalmente brilhante.
Fonte: Datamation
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